As crianças escolhem. Será?
As crianças escolhem. Será?
Em 2000 a minha
filha começou a frequentar o Jardim Infantil Pestalozzi. A rotina diária era
deixá-la na escola e ir tomar o café à pastelaria do Sr. Humberto, em frente ao
Pestalozzi.
Éramos, quase
sempre, os mesmos.
Uma mãe, com um
filho de 3 anos, que vinha sempre à pressa, para ainda dar o pequeno-almoço:
“vá lá Gonçalo diz ao Sr. Humberto o
que é que queres comer”. E o Gonçalo, extasiado, olhava para a vitrina dos
bolos e com o seu pequeno dedo indicador apontava: “quero este, não não, quero
este”. Por fim decidia-se por um palmier coberto e um leite com chocolate.
“Mas come rápido” -
dizia a mãe. Claro que o Gonçalo mordiscava o palmier e pelo conto do olho
olhava para a vitrine dos bolos. Descia da cadeira e apontava para um croissant
com chocolate. E a mãe refilava.
Todos os dias era a
mesma história.
Em
resumo: Será
que os pais não percebem que as crianças não conseguem lidar com escolhas? Porque é que se pede a uma criança,
perante uma vitrina de bolos apetitosos, que escolha um deles?
É no mínimo
violento. Até nós adultos temos dificuldade em decidir, quanto mais uma
criança.
Já para não falar
no pequeno-almoço que deve ser tomado em casa. Mas isto fica para outro post.
0 comentários